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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Livro “Faróis no Caos” é retrato de nosso país por meio de entrevistas históricas do jornalismo cultural.

Lançamento do livro Faróis no Caos, de Ademir Assunção, dia 28/8 no SESC Pinheiros.

Na ocasião do lançamento, haverá um debate sobre jornalismo cultural com o autor, além do jornalista Maurício Kubrusly e o dramaturgo Mário Bortollotto.

Faróis no Caos

Jornalista e poeta, Ademir Assunção traz ao público uma coleção de entrevistas realizadas por ele em sua prática jornalística, ao longo de mais de duas décadas e meia. Trata-se do livro Faróis no caos, lançamento das Edições SESC SP, uma seleção lapidada de longos diálogos com expressivos artistas e personalidades da cultura, publicados em grandes jornais e revistas do país. Uma viagem à multiplicidade cultural brasileira, partindo da acidez de personalidades como Grande Otelo e Sebastião Nunes, ou da espiritualidade do Monge Daiju, também encontrada em conversas com o poeta Roberto Piva. Figuras da cultura popular como Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Luiz Melodia e Lenine dividem espaço com artistas radicais como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Chacal e Mario Bortolotto.


Faróis no caos é uma obra repleta de reflexões que, de maneira singular, refletem um cenário expressivo sobre a situação da produção artística e cultural brasileira. De forma natural, é possível identificar a sinestesia especial que ocorre na relação entrevistador e entrevistado, principalmente na medida em que os encontros demarcam trocas exponenciais de conhecimento.


O livro também traz entrevistas com Alice Ruiz, Antonio Risério, Augusto de Campos, Claudio Daniel, Geraldo Carneiro, Haroldo de Campos, Heriberto Yépez, Hermeto Pascoal, Jorge Mautner, Kaká Werá Jecupé, Luis Fernando Veríssimo, Marcatti, Márcia Denser, Nelson de Oliveira, Néstor Perlongher, Paulo Leminski e Sebastião Nunes, sempre com abordagem densa e profunda, longe do superfialismo. Além disso, a maior parte das entrevistas foi ampliada em relação à sua publicação original, contando com comentários inéditos.


Em Faróis no caos, o autor dá destaque a artistas e personalidades que realmente têm “algo a dizer”, deixando em segundo plano a notabilidade midiática de cada um deles. Desde a primeira transcrição, que contempla uma conversa franca com o poeta e ensaísta Haroldo de Campos, até a chocante entrevista com o escritor Glauco Mattoso, nota-se que a diversidade de opiniões e comportamentos só enriquece a obra. Da poesia concreta de Augusto de Campos à anarquia e surrealismo de Roberto Piva, a leitura nos transporta a mundos distintos e fascinantes.

A complexidade da experiência humana é bastante explorada durante as entrevistas, conduzidas de maneira em que o “sentir” e o “pensar” criam significados inusitados. Nos campos da poesia, da prosa, das artes cênicas, da espiritualidade, da música e da cultura em geral, percebe-se em cada individuo ouvido e questionado, o quanto há de humanidade em suas obras. Enquanto o poeta Paulo Leminski caminha entre os extremos, solidificados em influências do rebelde Rimbaud e do silêncio valorizado pelo zen-budismo; Arrigo Barnabé, dentro da complexidade musical e lírica de sua obra Clara Crocodilo, explica sua criação a partir do minimalismo do gosto pessoal, em que o intelectual dialoga constantemente com o inconsciente.


Ao final da leitura, é possível dizer, sem grande pretensão, que o conjunto das entrevistas também diz muito sobre o próprio autor. Grande parte dos personagens retratados compartilham consigo experiências e visões de mundo, mesmo que, muitas vezes, transpareçam opiniões e opções de vida diferentes. Ademir Assunção está na influência do zen e de Rimbaud em Paulo Leminski, na necessidade de romper barreiras de Hermeto Pascoal, Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Está também no submundo de Nelson de Oliveira e Marcatti e na influência dos alucinógenos de Roberto Piva e Arnaldo Antunes.

“O cerne da arte da entrevista está no encontro de duas pessoas, uma disposta a conhecer, outra predisposta a contar, cada qual trazendo consigo repertórios e visões de mundo. compatíveis ou não, passíveis de serem divididas entre si e com as demais”. Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do SESC São Paulo.

Fonte: Divulgação

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