Na atualidade, a tecnologia nos possibilita experimentar a velocidade da informação e a quebra das fronteiras na comunicação. Nesse contexto, é fácil pensar nos acontecimentos em apenas um clique. A leitura que segue propõe um desafio: uma volta no tempo e uma pausa no “mouse” para saber um pouco dos fatos que escreveram essa história.
- "Senhor Watson, venha cá. Preciso do Senhor."
- "Senhor Bell, ouvi cada palavra que o senhor disse, distintamente."
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Foi em fevereiro de 1876 que a conversa acima - a primeira por um aparelho de telefone - mudaria o rumo da telecomunicação mundial. A confirmação do funcionamento do telefone pelo diálogo com o assistente Thomas Watson era o passo que faltava – após anos de trabalho – para Alexandre Grahan Bell registrar a patente de seu invento. O aparelho não tardou a chegar ao Brasil. Apresentado por Bell nos Estados Unidos durante a Exposição do Centenário em 4 de Julho, o telefone chamou a atenção das personalidades presentes, entre elas, D. Pedro II.
Nesse mesmo ano, o Imperador ordena a instalação de linhas telefônicas interligando o Palácio do Quinta da Boa Vista às residências dos seus Ministros. Em 1877, a Western and Brazilian Telegraph consegue realizar o feito e inaugura a telefonia no Brasil. A utilização comercial viria quatro anos mais tarde com a criação da Companhia Telephonica do Brasil, em Decreto nº 8065, de 17 de abril de 1881. A legislação institui a permissão para “fazer negócio de construir e fazer trabalhar linhas telephonicas da cidade do Rio de Janeiro e seus subúrbios e na cidade de Nictheroy, no Império do Brasil.”
Em agosto de 1881, o Jornal do Commercio efetiva a abertura da comercialização do telefone ao divulgar a primeira Lista Telefônica do Brasil Império. O produto é oferecido com recomendações pelo “bom acolhimento (…) e os diferentes e multiplos misteres a que se presta o emprego dos seus apparelhos e systemas”. Vale a pena ampliar a imagem para perceber, além do idioma na época, outras curiosidades como os primeiros números de telefone registrados no documento, que contêm apenas entre um e três dígitos. De lá para cá os números de telefone cresceram, as listas - e as chamadas – se digitalizaram, o acesso aos dados se dá em tempo real. O que permanece igual, no entanto, é a importância do registro dos fatos como riqueza essencial do conhecimento humano.
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