“Os leitores do Brasil são pessoas que têm acesso a bibliotecas, a livros diversificados, que não são aqueles os comprados ou oferecidos pelas escolas. [Os leitores] são aqueles que têm incentivo dentro de casa, dos pais e dos familiares”, disse a presidenta do Instituto Pró-Livro, Karine Pansa.
Dos 5 anos de idade até os 24, o índice de leitores verificado na pesquisa é sempre superior ao de não leitores. Na faixa etária de 14 a 17 anos, por exemplo, estão 14% do total de leitores e apenas 5% dos considerados não leitores. O quadro muda à medida que avança a idade: no grupo entre 50 e 69 anos, por exemplo, encontram-se 23% dos não leitores e apenas 12% da população que lê.
A zona rural concentra 66% do total de não leitores no país e as capitais, 22%. A renda também é fator determinante no hábito da leitura. Na classe A, os entrevistados responderam ter lido, em média, 3,6 livros nos últimos meses. Na classe C , o índice foi 1,79 e na D/E , 0,99.
Entretanto, o preço do livro não é apontado como um fator que dificulta a leitura. Entre as principais razões apontadas por aqueles que não leram nenhum exemplar nos últimos três meses, a principal é a falta de tempo, citada por 53%, seguida pelo desinteresse, admitido por 30%. Apenas 4% dizem que não leem porque o livro é caro e 6% porque não têm bibliotecas perto de casa.
“Às vezes, questionamos se o livro é caro, mas isso não aparece como fator de impedimento na pesquisa. Percebemos que é falta de conhecimento do prazer da leitura mesmo. Quando a pessoa diz que não tem tempo para ler, na verdade, ela tem tempo para outras coisas, como ver televisão”, afirmou Karine.
Com informações da Agência Brasil
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