A mostra "Alma Revelada", a ser realizada no Instituto Tomie Ohtake, em parceria com a Galeria Babel, traz cerca de 100 imagens do fotógrafo americano Steve Mccurry, que passam pelos muitos lugares e cores vivas presentes no seu trabalho, trazendo também as guerras, o atentado de 11 de setembro e seu último rolo Kodachrome.
Reconhecido universalmente como um dos maiores criadores de imagens da atualidade, o autor da famosa imagem da menina Afegã (foto) e membro da Magnum Photos desde 1986, conquistou vários entre os mais importantes prêmios da fotografia. McCurry, de acordo com a tradição mais refinada dos documentaristas, captura a essência das lutas e das alegrias humanas.
A exposição reúne alguns dos mais marcantes e reconhecidos grupos de imagens de países como a Índia, Paquistão e Nigéria.
Há décadas, McCurry percorre lugares incomuns, trazendo consigo grupos de imagens como a da garota afegã refugiada, ao lado de cenas de festividades e rituais indianos, além de paisagens naturais surpreendentes, registradas no Afeganistão.
A exposição, contudo, não ignora a produção feita por McCurry ao pensar visualmente a marca dos conflitos geopolíticos que marcaram as últimas décadas e traz um abrangente recorte destas cenas. Nesse conjunto, vemos as cicatrizes da violência diretamente incrustadas nas terras das regiões afetadas, contextualizadas pelo mesmo território impressionante cultural e geograficamente que se revela na primeira parte da exposição.
O destaque, então, se dá pela inclusão de seis fotografias feitas em 11 de Setembro de 2001, em Nova York. A diferença entre a destruição das torres gêmeas e os inúmeros conflitos registrados, por exemplo, no Kuwait, é que o ataque em solo americano foi transmitido em tempo real para todo o planeta. Por isso, independentemente de afinidades ideológicas, entende-se essa tragédia de outra maneira: conhece-se o seu tempo e o choque que provocou. A destruição nos escombros do World Trade Center, da forma como foi registrada por McCurry, ressignifica todas as demais imagens de guerra presentes na exposição.
Por fim, um grupo de imagens reunido por sua qualidade processual nos aproxima do fotógrafo enquanto profissional. Trata-se das fotos tomadas com o último rolo Kodachrome – película famosa entre os fotógrafos por sua qualidade cromática e que deixou de ser fabricada pelo avanço das tecnologias digitais – que passou pela mão de McCurry. Ciente da escassez que tornava o rolo de filme de alguma maneira especial, o ele teve que repensar o ritmo e a densidade do ato fotográfico. A série traz, no mesmo rolo, imagens de Robert de Niro, atores da Bollywood indiana, cenas urbanas e, até, os pés descalços do fotógrafo diante da televisão em um quarto de hotel.
Exposição: Steve McCurry – alma revelada
Abertura: 10 de novembro de 2011, às 20h (convidados)
Quando: Até 29 de janeiro de 2012, de terça a domingo, das 11h às 20h – entrada franca
Local: Instituto Tomie Ohtake - Av. Faria Lima, 201 (Entrada pela Rua Coropés) - Pinheiros SP
Fone: 11.2245-1900
Fonte: Divulgação
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