Leitura das tabelas nutricionais não é suficiente para identificar produtos saudáveis.
Obrigatórias por legislação, as tabelas nutricionais nos rótulos dos alimentos industrializados apresentam a relação entre os principais nutrientes e suas respectivas quantidades. Entretanto, a última pesquisa realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) mostra que 70% dos consumidores brasileiros leem a rotulagem dos produtos, e mais da metade deles não consegue compreender e interpretar todas as informações.
Na hora das compras, é comum encontrarmos supermercados lotados, com barulho e crianças agitadas. Além disso, na correria do dia a dia, costumamos não dispor de muito tempo para analisar as embalagens com atenção. Com isso, é necessário criar um método visualmente simples e que forneça as informações de maneira mais adequada e acessível.
De acordo com o professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, Ricardo Uauy, o governo e a indústria precisam pensar em alternativas para informar o consumidor de forma fácil e clara sobre o teor nutricional dos alimentos. Segundo ele, a adoção de selos explicativos facilita esse processo. “Tabelas nutricionais apresentam informações muitas vezes confusas. Quando apontam a quantidade de calorias por porção, por exemplo, podem induzir a pessoa ao excesso, uma vez que o produto oferece várias porções”, diz o especialista.
Segundo a nutricionista Carolina Godoy, da Campanha Escolha Saúde — uma parceria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e do Instituto Minha Escolha — existem iniciativas positivas da indústria para aperfeiçoar o perfil nutricional dos alimentos que precisam ser valorizadas, pois estimulam as pessoas a selecionar opções mais benéficas à saúde. “O selo do Programa Minha Escolha assegura as quantidades controladas de sódio, açúcar, gordura trans e saturada nos alimentos”, aponta a nutricionista.
A nutricionista afirma ainda que, mais do que facilitar escolhas por parte dos consumidores, os selos também estimulam a indústria a inovar com propostas mais saudáveis de produtos. “A preocupação com a saúde é crescente nos mais diversos países e classes sociais. As indústrias precisam se atentar para isso e atender a essa demanda”, finaliza.
É importante que as pessoas criem o hábito de verificar com atenção as informações nas embalagens dos alimentos, identificando as quantidades “por porção” de cada nutriente. Observar o teor de sal, gorduras e calorias nos produtos é fundamental para uma alimentação mais saudável e a prevenção das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Já o controle do consumo de açúcar é mais difícil, pois é um nutriente não obrigatório e que nem sempre aparece na tabela nutricional. Geralmente, ele está dentro da quantidade de carboidratos.
Outra dica é conferir a ordem dos elementos na lista de ingredientes. A disposição é feita de maneira decrescente: o primeiro, por exemplo, está presente em maior quantidade do que o último na composição do produto.
Fonte: Divulgação
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