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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sustentabilidade é palavra de ordem nas empresas de sucesso

11ª Feira de Gestão apresenta exemplos bem-sucedidos de organizações que caminham em direção do modelo ideal de sustentabilidade.


A sustentabilidade está entre os cinco temas mais importantes das empresas líderes de mercado no Brasil. Para debater o tema na Feira de Gestão da FAE foram convidados o jornalista Ricardo Voltolini e o gerente de sustentabilidade da Alcoa, Fabio Abdala. Publisher da revista Ideia Sustentável e autor do livro "Conversas com Líderes Sustentáveis", Voltolini apresentou no evento os 10 maiores desafios de sustentabilidade nas empresas. Entre eles: entregar valor com a sustentabilidade, inseri-la na estratégia do negócio, pensar o todo - e não a parte - e formar líderes sustentáveis.

O jornalista levou ao público do evento um contexto histórico da responsabilidade social no Brasil e no mundo. Segundo ele, o Brasil passa hoje por uma mudança no foco da economia. "As discussões sobre sustentabilidade na Europa começaram há 15 anos, com a iniciativa dos governos. Já no Brasil, há 10 anos, as empresas tomaram a frente e iniciaram as discussões sobre responsabilidade social e, há três ou quatro anos, vem se falando no conceito mais amplo de sustentabilidade. A diferença é que, aqui, estamos vendo uma velocidade muito intensa de mudança para uma economia verde, que visa um equilíbrio de resultados financeiros, sociais e ambientais", comparou.

Voltolini enumerou cinco características comuns dos líderes sustentáveis: eles acreditam nos valores estruturados no conceito da sustentabilidade (diversidade, altruísmo, respeito ao meio ambiente, transparência) mais que a média dos líderes brasileiros; compreendem e praticam a noção do equilíbrio dos resultados econômico-financeiros com resultados socioambientais; tratam o assunto com coerência entre o discurso e a prática; enxergam a sustentabilidade pela ótica da oportunidade e possuem a capacidade de dialogar, comunicar ideias e propósitos, envolvendo as pessoas.

Para traçar um comparativo organizacional, Voltolini dividiu as empresas em quatro estágios de sustentabilidade: no primeiro, estão as empresas que não praticam a responsabilidade social; no segundo, as que praticam cidadania corporativa; no terceiro, as que possuem práticas socioambientais e, no quarto e último nível, as que possuem a sustentabilidade no core business. Segundo Voltolini, no Brasil, as empresas líderes estão no nível três, caminhando para o quarto que, segundo ele, é o futuro ideal. "Sustentabilidade é um alvo móvel - quanto mais você se aproxima, mais ela se afasta", justificou.

O jornalista explicou que, para inserir o conceito de sustentabilidade na empresa, deve-se inicialmente responder a uma pergunta bem ampla: "o que a organização está fazendo para garantir às próximas gerações ar limpo para respirar, solo fértil para plantar, água potável para beber, clima estável para viver e uma sociedade menos desigual, com menos conflitos e tensões?". A partir desse questionamento, insere-se a sustentabilidade em todas as ações da empresa, de forma natural. "O tamanho da responsabilidade socioambiental da empresa é diretamente proporcional ao tamanho do impacto que ela gera", explicou Voltolini, que defende que empresas grandes possuem mais responsabilidades que as menores, por gerar maiores impactos.

No livro "Conversas com Líderes Sustentáveis", Voltolini apresenta entrevistas inéditas com dez dos mais importantes empresários que atuam no país. São eles: Guilherme Peirão Leal, Fábio Barbosa, Luiz Ernesto Gemignani, Franklin Feder, Paulo Nigro, Kees Kruythoff, Héctor Núñez, José Luciano Penido, Miguel Krigsner e José Luiz Alquéres. "Temos hoje uma elite de líderes sustentáveis no Brasil. São poucos, mas já estão internacionalizados pelas suas posturas e valores", revelou. "Esses são os líderes da nova economia, que se consagraram porque (e não apesar de) adotaram uma postura sustentável", contou.

Sustentabilidade na Mineração

Um dos exemplos citados na obra de Voltolini é a Alcoa. A palestra magna da Feira de Gestão 2011 mostrou o case de sucesso de uma das líderes em produção de alumínio, eleita Empresa Sustentável do Ano pelo Guia Exame de Sustentabilidade e integrante do Índice Dow Jones de Sustentabilidade por nove anos consecutivos. No evento realizado em Curitiba, o gerente de sustentabilidade da empresa, Fábio Abdala, apresentou a experiência do Projeto Juruti Sustentável, impulsionada pela implantação do empreendimento de mineração da Alcoa em Juruti, cidade localizada no Oeste do Estado do Pará, no coração da Amazônia.

De acordo com Abdala, a Mina de Juruti foi idealizada para conviver em total integração com a comunidade, contando com estratégias de sustentabilidade. "A mineração no Norte do País tem experiências muito negativas. Acreditamos que se pudermos fazer de Juruti uma referência será bom não só para o município, como também para a região Norte, para o setor mineral, para o Brasil e também para a Alcoa", ponderou.

O Projeto Juruti Sustentável visa atender aos três aspectos do tripé de sustentabilidade, vislumbrando o desenvolvimento regional: respeito ao meio ambiente, responsabilidade social e sucesso econômico. Desde o início das atividades do empreendimento, várias reuniões preliminares e audiências públicas foram realizadas com lideranças comunitárias, instituições públicas e privadas e outras partes interessadas, em Juruti, Santarém e Belém, das quais participaram até seis mil pessoas. Essas ações deram origem aos Planos de Controle Ambiental (PCAs) e à Agenda Positiva.

São 35 programas que integram os PCAs, abrangendo ações de monitoramentos do clima, ar, ruídos, águas, conservação da flora e fauna, produção de mudas, educação ambiental, atendimento médico-sanitário e educacional, segurança pública, valorização e resgate da cultura local, apoio à elaboração do Plano Diretor do Município de Juruti, entre outras.

A Agenda Positiva - ações complementares voluntárias da companhia que beneficiam diretamente a comunidade local - atende aos principais anseios manifestados pelos próprios jurutienses e assegura melhorias nas áreas de saúde, educação, cultura, meio ambiente, infraestrutura urbana e rural, segurança e justiça, e assistência social. São iniciativas implementadas mediante parcerias com o poder público, organizações não governamentais e a própria comunidade.

Parcerias institucionais garantem o desenvolvimento de projetos estratégicos, como a criação do Conselho Juruti Sustentável, os indicadores regionais de sustentabilidade e estudos para a criação do futuro fundo pelo desenvolvimento de Juruti.

Juruti é um empreendimento que protege ao máximo possível o meio ambiente. Todas as áreas de construção passam pela devida recuperação, mediante modernas técnicas de revegetação - hidrossemeadura e biomantas - além do plantio de 80 mil mudas de árvores nativas da região, produzidas em viveiros próprios e comunitários, para revegetação das áreas mineradas. Graças a essa técnica, em 1990 a Alcoa foi incluída no Rol de Honra Global 500 do Programa de Meio Ambiente da ONU - a única mineradora que o integra - por sua atuação na Austrália. O mesmo trabalho, realizado em Poços de Caldas (MG), antecedeu a legislação brasileira nesse sentido e é considerado modelo no Brasil e no mundo.

"O retorno deste investimento é ser parte legítima e integrante dessa comunidade", disse Abdala. Mas essa atitude de responsabilidade socioambiental tem um retorno para além da capacidade de funcionar localmente de forma pacífica: "é só ver as carteiras de investimento das empresas consideradas sustentáveis", argumentou.

A Alcoa foi reconhecida no Guia de Boa Cidadania Corporativa da revista Exame, nas áreas de "Valores e Transparência" e de "Governo e Sociedade". Além disso, a Alcoa foi incluída nove vezes entre as "Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil", pelo Instituto Great Place to Work e Revista Época. Pesquisa da revista Carta Capital já consagrou a Alcoa como uma das empresas mais admiradas do Brasil, e a companhia foi também considerada uma "Empresa do Bem" pela revista Dinheiro.

O evento

A 11ª Feira de Gestão aconteceu de 20 a 22 de setembro, na FAE Centro, em Curitiba. O evento trouxe modelos inovadores e soluções de gestão para as áreas de saúde, habitação, mobilidade, inclusão e energia - alguns dos Desafios do Milênio propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Além de três palestras magnas e cinco painéis temáticos, a Feira de Gestão apresentou os melhores trabalhos acadêmicos dentro dos cinco Desafios do Milênio propostos.

Fonte: Divulgação

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