Sem fazer shows desde a turnê de seu penúltimo disco, Carioca, em 2006, vista por quase 200 mil pessoas, Chico Buarque interrompe o longo jejum musical e volta a percorrer o país com um novo espetáculo. CHICO - título homônimo de seu novo CD, nas lojas desde julho passado - tem como ponto de partida o Palácio das Artes, em Belo Horizonte, onde fica em cartaz de 5 a 8 de novembro. De lá, segue para Porto Alegre (Teatro Sesi, 28 e 29 de novembro), Curitiba (Teatro Guaíra, de 15 a 18 de dezembro), Rio de Janeiro (Vivo Rio, de 5 a 29 de janeiro) e, finalmente, São Paulo (HSBC Brasil, de 1 a 25 de março). Outras cidades deverão ser acrescentadas ao roteiro. O patrocínio nacional da turnê é da MAPFRE Seguros, com apoio cultural da GOL Linhas Aéreas.
O SHOW
Embora dono de uma das carreiras mais sólidas e prolíficas da MPB – em 45 anos lançou mais de 40 discos, entre trabalhos solo e projetos –, Chico Buarque é presença rara nos palcos brasileiros. Este será apenas o sexto espetáculo apresentado por ele nos últimos 36 anos. Os anteriores foram ‘Chico e Bethânia’ (1975), ‘Francisco’ (1988), ‘Paratodos’ (1994), ‘As Cidades’ (1999) e ‘Carioca’ (2006).
Com duração de aproximadamente 90 minutos, o roteiro é todo construído ao redor das dez canções que compõem o disco novo, cuja estratégia inédita de comercialização, através do site www.chicobastidores.com.br, já o levou a alcançar a marca de 80 mil cópias vendidas. Ao longo de toda a temporada, a página atualizará as informações sobre a turnê (datas, locais das apresentações, horários, venda de ingressos etc) e continuará sendo o canal de comunicação oficial do compositor com o público. Em depoimento postado hoje (13/10), Chico explica a sua volta aos palcos e, de quebra, revela um pouco do clima dos bastidores dos ensaios.
Para montar o repertório do show, o artista vasculhou os mais de 400 títulos de sua obra, tão vasta em gêneros quanto em assuntos, para chegar à lista final de 28 músicas. O resultado é um show pautado por canções de todas as fases de sua carreira, do início dos anos 60 até hoje, amarradas entre si por afinidades musicais ou temáticas.
“Como o disco é menos orquestrado do que os anteriores, a participação do conjunto foi maior. Criamos arranjos com menos elementos, o que acabará se refletindo no palco. Chico não se preocupa em fazer shows pirotécnicos, pois o repertório dele se basta. A sua filosofia se baseia na linearidade, onde cada novo espetáculo é a continuação do anterior”, explica o maestro, arranjador e violonista Luiz Claudio Ramos.
Para Chico, um fã declarado de futebol, o jargão ‘em time que está vencendo não se mexe’ aplica-se perfeitamente quando se trata de escalar músicos. O plantel, capitaneado por Ramos – seu fiel escudeiro desde a peça Calabar, de 1973 –, é o mesmo dos últimos dois shows: João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Wilson das Neves (bateria), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo) e Marcelo Bernardes (flauta e sopros).
A equipe que o acompanha também mudou muito pouco nos últimos anos, com Vinícius França na produção geral, Helio Eichbauer na direção de arte e cenários, Maneco Quinderé na iluminação, Cao Albuquerque nos figurinos e Ricardo ‘Tenente’ Clementino na direção técnica.
O cenário será composto, em momentos diferentes do show, por três grandes reproduções sobre tecido (duas de 9m x 4,5m e uma de 6m x 4,5m) - um desenho de Oscar Niemeyer (A Mulher Nua) e duas pinturas de Cândido Portinari (O Bloco Carnavalesco e O Circo) -, além de uma escultura móvel de uma Fita de Möbius, objeto topológico muito utilizado em estudos matemáticos. Os figurinos são inspirados nas cores de O Circo e a iluminação foi projetada para interagir com a cenografia e os músicos.
“A escultura é baseada num grande enigma matemático que representa a continuidade da vida. Os painéis são uma homenagem ao país, à cidade do Rio de Janeiro e à língua brasileira”, adianta Eichbauer. As dez canções do disco Chico revelam um compositor cada vez mais próximo de seu mestre e maestro soberano, Antônio Carlos Jobim, pela elaboração formal das melodias e letras ainda mais depuradas.
Desde 1991, quando escreveu seu primeiro romance, Estorvo, Chico vem se alternando entre a música e a literatura. Se a música influenciava o escritor em início de carreira, determinando o ritmo de sua narrativa, agora ocorre o caminho inverso. Esse é o seu trabalho musical onde se percebe mais nitidamente a influência da literatura em suas canções.
“O disco pode ser ouvido como resumo dos principais temas e recursos musicais e literários do compositor, escritor e poeta Chico ao longo dessas últimas duas décadas, marcadas pela publicação de quatro romances intercalados com três discos. Quem acompanhou essa produção sabe o que representa, tanto em termos musicais quanto literários, como expressão de nós mesmos e estímulo para pensar e viver o Brasil”, definiu no texto e apresentação do novo cd o compositor e violonista Arthur Nestrovski, diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), que lançou, entre outros, os discos Jobim Violão e Chico Violão (ambos pela Biscoito Fino).
A FICHA TÉCNICA
Chico Buarque em CHICO
Turnê nacional 2011/2012
Roteiro musical: Chico Buarque
Direção musical, arranjos, regência e violões: Luiz Claudio Ramos
Direção de arte e cenários: Hélio Eichbauer
Figurinos: Cao Albuquerque
Iluminação: Maneco Quinderé
Direção de produção: Vinicius França
Direção técnica: Ricardo ‘Tenente’ Clementino
Administração: Francisco Accioly
Músicos: Bia Paes Leme (teclados e vocais)
Chico Batera (percussão)
João Rebouças (piano)
Jorge Helder (contrabaixo acústico)
Marcelo Bernardes (flauta e sopros)
Wilson das Neves (bateria)
A TURNÊ
BELO HORIZONTE
Palácio das Artes
De 5 a 8 de novembro
PORTO ALEGRE
Teatro do Sesi
Dias 28 e 29 de novembro
CURITIBA
Teatro Guaíra
De 15 a 18 de dezembro
RIO DE JANEIRO
Vivo Rio
De 5 a 29 de janeiro
SÃO PAULO
HSBC Brasil
De 1 a 25 de março
Fonte: Divulgação
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